AMIRT molda o futuro da radiodifusão em um cenário digital

Sob a liderança de Mayrinck Pinto de Aguiar Júnior, a associação busca fortalecer a radiodifusão em Minas diante das novas tecnologias e desafios do mercado

Em um mundo em constante transformação e comunicação instantânea, onde as tecnologias de comunicação avançam rapidamente, a Associação Mineira de Rádio e Televisão (AMIRT), atua como uma ponte essencial entre as emissoras e os desafios do mundo atual. Sob a presidência de Mayrinck Pinto de Aguiar Júnior, a AMIRT defende os direitos dos radiodifusores e orienta esses profissionais a enfrentar um cenário em mutação.

O papel da associação transcende a mera defesa de direitos; trata-se de um movimento essencial pela sobrevivência e relevância do rádio e da televisão em um ambiente repleto de novas plataformas digitais. “Estamos aqui para lutar pelos interesses do rádio e da televisão mineira”, afirma Mayrinck, refletindo a relevância da AMIRT para os profissionais do setor.

Desde sua fundação, a associação desempenha um papel crucial na orientação dos radiodifusores, abordando questões jurídicas, políticas e técnicas. Como um canal de comunicação entre os radiodifusores e os órgãos reguladores, a AMIRT se tornou uma das mais respeitadas do Brasil, atuando incessantemente em prol do desenvolvimento do setor.

AMIRT e a radiodifusão
Questionado sobre a contribuição da AMIRT para o desenvolvimento da radiodifusão em Minas, o presidente ressalta a singularidade do rádio em criar proximidade com seu público. “O ouvinte do rádio conversa, briga e conhece o locutor. Ele tem um pertencimento desse veículo”, disse sobre a relação íntima transforma o rádio em um veículo essencial, especialmente em contextos locais e regionais.

Rádio e TV são veículos fundamentais na comunicação brasileira, frequentemente atuando como as únicas fontes de informação em muitas localidades e áreas remotas. No entanto, Mayrinck enfatiza a significância de adaptar-se às mudanças das plataformas digitais, afirmando que os radiodifusores devem compreender que o cenário está em constante evolução. 

“Não importa a plataforma que vai rodar, ele tem que estar em todas as plataformas, mas quem gera aquele conteúdo único”. Para ele, a verdadeira moeda do setor é a capacidade de gerar conteúdos autênticos e relevantes, essenciais para manter a relevância do rádio no atual ecossistema de comunicação.

Novas tendências e tecnologias
A transformação digital é um tema central nas discussões atuais sobre o futuro da radiodifusão. À medida que o o à internet e o uso de plataformas digitais se tornam cada vez mais essenciais, o presidente da AMIRT destaca que essa evolução amplia o alcance das emissoras, permitindo que transcendam fronteiras regionais. 

“Foi a melhor ferramenta que existiu porque, quando eu não tinha o ao digital, minha emissora era local ou regional. Hoje, uma emissora pode ser mundial se seu conteúdo for interessante e ado por pessoas de todo o mundo”, disse sobre a importância de adaptação a essas novas realidades.

Sobre as novas tendências e tecnologias, a incorporação de inovações emergentes é fundamental para o futuro da radiodifusão. Mayrinck aponta a Inteligência Artificial (IA) como uma ferramenta promissora. A IA pode aprimorar a produção de conteúdo, desde correções e melhorias em textos até traduções, aumentando a eficiência e reduzindo o tempo de trabalho.

Contudo, para aproveitar essas inovações, é essencial que os profissionais se capacitem e compreendam como utilizar a IA a seu favor. “Ela não é sua inimiga, ela é sua aliada”, enfatiza, sublinhando a necessidade de adaptação às novas tecnologias para garantir a relevância das emissoras no futuro.

Essa nova realidade, no entanto, também trouxe desafios significativos. Mayrinck destaca que grandes empresas de tecnologia têm se apropriado do conteúdo produzido pelas emissoras sem a devida remuneração. Ele exemplifica que, frequentemente, matérias e imagens geradas por jornalistas são utilizadas por plataformas digitais sem compensação. “Hoje, as big techs não pagam pelos direitos autorais e se beneficiam de conteúdos que não geraram. Essa é a nossa luta: exigir que essas empresas tenham as mesmas responsabilidades que nós”, declara.

Necessidade de regulação
Diante desse cenário, a atuação das big techs no Brasil se torna uma preocupação crescente para a AMIRT e outras associações do setor. O presidente enfatizou a importância de estabelecer regras que garantam a equidade entre as emissoras locais e as grandes plataformas digitais. Ele explicou que a AMIRT é parte da ABERT (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão), que está lutando pela aprovação de projetos de lei que abordam essa temática, como o Projeto de Lei 2630.

“A PL das fake news, na verdade, é uma PL que simplesmente torna real o que as empresas estrangeiras têm de ter de direitos e deveres no Brasil. Ou seja, transformando em palavras simples, o que nós temos que fazer de direitos e deveres, eles também ariam a ter”, afirmou.

No entanto, a tramitação dessa legislação tem enfrentado obstáculos, pois o desinteresse político em discutir essas pautas tem atrasado a votação. “Não se vota por quê? Porque não há o interesse da esquerda e da direita nessa briga de poder. Não há o interesse de colocar regra na casa”.

O projeto de lei, que também foi divulgado como ‘PL da Censura’, na verdade, visa instituir a Lei Brasileira de Liberdade, Responsabilidade e Transparência na Internet.  Mayrinck ainda explicou que além de beneficiar a comunicação em relação às big techs, a regulação das redes sociais também auxilia a localizar infratores a cometerem crimes, utilizando Internet utilizando perfis falsos ou robôs.

Ele ressaltou que, enquanto crimes como racismo e pedofilia são punidos no mundo real, essa proteção ainda não é plenamente efetiva no ambiente virtual. “Não é censura. Você não pode praticar racismo no mundo virtual e achar que isso é censura. Isso é crime. Se é crime no mundo real, tem que ser crime no mundo virtual”. Para ele, a solução é simples: é só votar e fazer valer a legislação que já está pronta, tendo a necessidade de ação imediata por parte dos legisladores.

Investindo em tecnologia da informação
Mayrinck enfatiza que a estratégia principal da AMIRT é investir em tecnologia da informação. Toda emissora que deseja se destacar deve contar com profissionais de TI, um departamento de marketing e, em alguns casos, uma equipe de engenharia. Esse e técnico é crucial para a presença em múltiplas plataformas, permitindo que as emissoras se mantenham competitivas.

“Ocupe as plataformas. A partir do momento que você ocupa toda a plataforma, ela pode dar certo ou dar errado, mas você está ali no jogo. Estando nas plataformas, tendo estrutura de pessoal, gere conteúdo”, destaca.  De acordo com o presidente, a originalidade do conteúdo é um diferencial que pode fazer a diferença e é fundamental transformar isso em matérias que dialoguem com diferentes linguagens e plataformas.

Mayrinck observa que a comunicação varia conforme a rede social — o TikTok, por exemplo, exige uma abordagem diferente do Facebook ou do Instagram. “No final das contas, tudo se resume a conteúdo. E esse é o nosso foco”.

O presidente finaliza ponderando que a AMIRT é um espaço de apoio e desenvolvimento para profissionais de rádio e TV. A associação organiza três eventos ao longo do ano, com o último realizado em 25 de setembro e o próximo agendado para 9 de novembro em Alfenas, focado nos radiodifusores da região.

“Esses encontros são uma oportunidade valiosa para discutir o presente e o futuro da radiodifusão. A participação é gratuita e todos são bem-vindos”, convida Mayrinck, incentivando os interessados a se engajar nas atividades da AMIRT.

Informações: Sabrina Oliveira/ G5News

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